quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
















desenrolando...

























os riscos atravessados da metade.










terça-feira, 8 de dezembro de 2009

tomando forma



onde as três escalas (rua, bairro e cidade) coexistam

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

rua - bairro - cidade







começo a dividir os riscos que estão aparecendo e a tontura que esse vai-e-vem entre escalas promove. acredito que a essência esteja naquele banco pendurado ali, desenhado por mim, por você, por ele...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Ariel:
Um dos grandes alvos da crítica ao MM foi justamente a noção de que, o arquiteto-urbanista deveria projetar tendo em vista um homem-tipo. Claro que isto contribuiu para a disciplina, pois permitiu idéias padrão sobre áreas de trabalho, movimentos no espaço, circulação, conforto ambiental, ergonomia etc. Porém a crença no arquiteto como sujeito capaz de se posicionar de modo puramente objetivo diante de seu objeto de estudo/intervenção se mostrou, no mínimo, ingênua, dada a impossibilidade desta separação.
O arquiteto-urbanista é um ser social e, como todo ser social é agente e objeto das transformações urbanas, sociais, físicas e em todas as outras dimensões da vida. A noção de que o arquiteto-urbanista é capaz de estar acima/separado do grupo para o qual projeta contribuiu para a crise contemporânea do planejamento urbano e do urbanismo, pois se a premissa é a separação a conseqüência foi, como vimos, a separação – entendida aqui não como objetividade científica, mas como distanciamento, alheamento ou ignorância da realidade para a qual se propõe uma ação, se impõe um desenho.
Sendo agente e objeto, o arquiteto-urbanista é como qualquer outro indivíduo: do gari ao juiz de direito. Assim, quando você afirma: ‘vivo porque essa leitura resulta de um processo em que estou incluído como agente de alguma ação...’, mostra como, desde o princípio esta idéia já está presente em seu pensamento, como sinal de maturidade. Mostra que ou não há ou que você ao menos busca se livrar da crença na objetividade científica; você assume com dignidade a dimensão sociológica, subjetiva, de nossa profissão. Este ponto, por si só, já justifica e eleva seu trabalho acima da maioria dos trabalhos finais vistos por aí, até mesmo nos resultados de Opera Prima.
Penso que a arquitetura se esquece da realidade tanto no espetáculo (Bilbao) quanto na qualidade dos projetos, do detalhe (arquitetura dita séria). Você não olha para nenhum dos dois, muito embora seus projetos tenham essa qualidade também. Qualidade aqui se refere ao desenho agradável, com a solução genial, engenhosa, bela, mas que só olha para si.
Mas você não é gari ou juiz de direito. Deste modo, ao ser este duplo sujeito-objeto de um fato urbano, o arquiteto-urbanista possui um modo de ver e de agir específicos – assim como aquele garoto cumpriu o papel de fazer a pipa, o outro de ensinar skate, o outro de plantar a horta, a outra de trocar uma peça de roupa. O seu foi orquestrar isso tudo, com toda a complexidade e carga de informações envolvidas: desde suas memórias e experiências pessoais sobre a cidade, passando por Vitruvius, Palladio, Corbusier e Walt Disney, até suas leituras, conversas e seu blog. Com toda esta carga você, em primeiro lugar, se preocupou em se posicionar. Isto é fundamental e acho que é aqui a origem de tudo: você não admite agir sem ter uma visão clara e pessoal da realidade. Pensando bem, acho que essa é a origem de todas as profissões, inclusive a nossa: a partir de uma visão PESSOAL da realidade, mas com conhecimentos UNIVERSAIS, agir no mundo. No nosso caso, é ordenar/organizar/conformar o espaço físico de modo a responder às demandas sociais, mesmo que estas não sejam explicitamente pedidas, mesmo que sejam identificadas apenas por você, que é o especialista do espaço físico urbano. É universal, porque não inventamos a roda todo dia, porque utilizamos do que o homem já criou, descobriu, pensou. É pessoal, porque sempre é subjetivo, porque a ação se dá através de sua visão de mundo.
Acho que o seu trabalho é uma crítica à crise do desenho urbano. E você escolheu um caminho definido - mas que ainda não o percorreu completamente - que alguns estão tomando/já tomaram: uma mudança de escala. Da escala da cidade você parte para a escala da rua. Em paralelo, outra mudança você realiza: dos mapas objetivos para a percepção subjetiva da cidade. Por fim, em paralelo outra vez – riscos arriscados! – você ainda troca os desenhos e gráficos tradicionais, pela intervenção localizada, apostando nelas como termômetro a lhe dar o diagnóstico para a ação. É correto isso? Quem disse que não é? Se todo o processo ensinado na escola de desenho não alcança certas escalas, por que não arriscar este caminho? Mesmo que este caminho se confunda com as artes visuais, com a sociologia e com a economia: afinal a realidade não é compartimentada, mas tudo acontece ao mesmo tempo no mesmo lugar.
Finalmente, sua grande questão é como responder a duas demandas: a sua, que penso que já foi respondida e que se tratou de, neste tfg, travar contato com a realidade e encontrar provas de que é possível mudar/induzir alguma coisa, mesmo que seja um balanço ou um sorriso; e a demanda da escola, que é a demanda da profissão, que não se contenta em simplesmente ver que você mudou algo na vida de um grupo, mas que deseja ver como, com seu desenho, isso acontecerá. Pois o que está em questão, é o peso de milhares de anos de arquitetura, sempre firmado no desenho e no canteiro de obras: das pirâmides ao ninho de pássaro, passando pelo simples desenho de uma cadeira.
Abraço,
Henrique.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

feira de trocas




24 outubro de 2009



14hs_área verde_bairro jardim das palmeiras


leve o que quiser trocar!




quinta-feira, 22 de outubro de 2009

esse tempo de intensa reflexão teve um fim diferente daquele que eu imaginei. ao invés de virar uma página e deixar outras experiências pra lá, eu vi que esse grande capítulo continua.
uma idagação permanente e quem sabe até particular, sobre essas nossas ações públicas, constantes e mutáveis.

durante dois meses, após ouvir uma banca afiada, bati a cabeça sobre aspectos levantados por quem conheceu este trabalho de uma vez. o mais assombroso nesse tempo foi investigar caminhos de intervenção (ou composição/...) num espaço que também é meu. desenvolvi uma leitura particular de um espaço vivo. vivo porque essa leitura resulta de um processo em que estou incluído como agente de alguma ação, mesmo que seja a ação de percorrer sem rumo, mas de qualquer forma um espaço que me inclui como parte sua, e com isso, seria difícil retirar meu corpo e olhar como acontece a dança das relações alheias. acredito que assim eu estaria assumindo um papel que, além de aéreo, marcaria uma posição de arquiteto urbanista que não cabe nesta escala de cidade onde a vida acontece na sua essência.
esta minha posição diante a cidade relacionada com a ação de intervenção no espaço público foi vista como contraditória por uma parte da banca, pois julgou minha participação (homem, corpo e arquiteto) como de extrema influência na leitura, como se dificultasse a entrada do "outro" nesta festa. mas nisso, eu sou o outro também, com os mesmos sentidos e possibilidades. a única diferença é a ação posterior à esta experiência do espaço urbano, mas que no momento em que acontece é banal como qualquer outra.
se a cidade sentida for fria e superficial, isso não nos leva a entender melhor este espaço? não é ele que, sutilmente nos sugere as relações com ele mesmo ou com a entrada de tantos "outros" em nossa história?
a idéia é refletir sobre uma vida que também é minha, e largar a carapuça de especialista no momento em que o que mais importa é vida. (niemeyer aqui?).
bem... após entender melhor o que se passou na primeira etapa de leituras, fui também questionado sobre o resultado desta mesma leitura enquanto ação coletiva. pois a ação pode ter sido vista com excesso de agressividade, como se aí sim o arquiteto tivesse aflorado e dado nome aos bois que pastariam alí naquela área "verde" do bairro jardim das palmeiras. ouso afirmar que esta ação, registrada aqui anteriormente, embora ativada a partir de mecanismos definidos pelos proponentes, está amarrada na leitura anterior e é consequência das experiências vividas, não só por mim (mas que só puderam ser sentidas pelo meu próprio corpo) e transformadas em novos sentidos de apropriação do espaço. não acredito que este caminho seja o mais claro e mais fiel à nossa cidade, mas é o que percorri a partir do que fui capaz de apreender da cidade, aí sim, com uma possível sensibilidade obtida na escola de arquitetura e urbanismo, mas não menos mortal.
o processo de envolvimento e construção de uma vida momentânea e coletiva (nem sempre possível) se deu como consequência da ativação de um espaço, mas que foi ativado a partir de aspectos cotidianos da vida daqueles que passaram por aí e criaram então outro tipo de relação com o espaço que eles mesmos sugeriram, inconscientemente.
como consequência da agressividade (superficialmente falando, vista a origem da ação) registro aqui o desenrolar de parte disso.

naquele dia, no embalo do potencial daquele lugar ensolarado, seco e ocre, foram instalados dois balanços em um pé de pequi. daqueles com uma corda e um pedaço de pau na ponta, de forma que a gente senta com a corda no meio das pernas. dias depois uma mãe já deu um jeito de tirar os pequenos entulhos que estavam embaixo da árvore para a segurança das crianças. mais alguns dias depois os dois balanços deixaram de existir e se tornaram um só. agora, daqueles com duas cordas nas extremidades e uma pequena tábua para sentar. assim todos podem usar, já que aquele era desconfortável para pequenas crianças e limitado para os adultos. agora, três meses depois o balanço está lá, adaptado à todos e com as mesmas cordas, assim como o mato que cresce rápido com a água das chuvas desta época e o adubo que foi colocado na horta que já não existe. dizem que foi por causa das formigas...

domingo, 20 de setembro de 2009

durante a digestão


“Acessos” parte da tendência urbana contemporânea a uma programação formalizada, também marcada por elementos arquitetônicos de transposição, os quais se tornam realmente coletivos quando todos os passantes utilizam este recurso como meio para seus deslocamentos cotidianos. Assim, “acessos” é tridimensionalizado em um conjunto de módulos de madeira, seguindo normas de acessibilidade e levado às ruas com diferentes combinações, gerando novos caminhos a percursos banais.


acessos - cronograma de intervenções

18.09
9:00 - 18:00
Av. Floriano Peixoto (em frente "Goma - cultura e movimento")

19/21.09
7:00 - 6:00
Rua Santos Dumont (em frente Uberlândia Clube)





21/22.09
7:00 - 6:00
Praça Tubal Vilela (próximo pontos de ônibus Av. Afonso Pena)



22/23.09
7:00 - 6:00
Esquina Av. Belo Horizonte com Av. Raulino Cotta Pacheco (em frente a Sociedade São Vicente de Paulo)



23/24.09
7:00 - 6:00
Av. Vasconcelos Costa (Shopping Center Sul)




24/25.09
7:00 - 6:00
Rua das Gameleiras (em frente Cemitério Bom Pastor)



25/26.09
7:00 - 6:00
Área verde Bairro Jardim das Palmeiras (entre Alamedas Bertoldo Antônio Borges e Luiza Águida Borges)













domingo, 23 de agosto de 2009

PRÉ-BANCA

24.08.2009
14h
BLOCO I - UFU SANTA MÔNICA

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

terça-feira, 4 de agosto de 2009

entre uma conversa e outra...

denise mora longe do jardim das palmeiras.
flávia é vizinha do local. foi quem nos ofereceu energia, água e o banheiro.

e a internet adianta algumas impressões.

Denise diz:
pra vc ver
e sua horta?
come q ta?
estamos curiosos pra ver o q q deu
e o q vai dar ne
FLAVIA diz:
hj qudo sai de casa vi a senhora que mora em frente jogando agua na horta
Denise diz:
q lindo
FLAVIA diz:
a senhora que trocou uma muda de palmeira p uma muda dela
tava ela e o véio dela...rs
Denise diz:
serio?
FLAVIA diz:
sim
Denise diz:
num pode ue.... colocou a pal
Denise diz:
num pode ue.... colocou a palmeira na casa dela?
FLAVIA diz:
o balanço na arvore foi o ariel que colocou tb?
ela trocou...rs
Denise diz:
num sei
tem um balanço la agora?
os mininos estao usando?
FLAVIA diz:
tinha uns meninos lá balançando tb
Denise diz:
q gracinha ..... anem

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

em processo de digestão

segunda-feira, 27 de julho de 2009

terça-feira, 21 de julho de 2009

01 e 02 de agosto são os dias previstos para a primeira intervenção nesta etapa do trabalho.
o local é uma área "verde" nas proximidades do ponto final da linha A120_jardim das palmeiras.
com todas as experiências urbanas destes meses de trabalho está em processo a construção coletiva de um núcleo momentâneo de atividades públicas e a consequente apropriação - ou não - deste terreno.
juntamente com a associação de moradores serão oferecidas ferramentas para que seja criado um sistema de trocas viáveis aos dias de execução da proposta.
movidos pela força do produto ao longo de nossas cidades, o "skyline" em movimento deste eixo de conexão entre o centro da cidade e este ponto final será animado de forma a propor usos - utópicos, quem sabe - para estas áreas que cotidianamente parecem não existir. este será o primeiro de nossos produtos oferecidos através da tela da tv instalada nesta área "verde".
este mesmo produto tem como objetivo levar esse "centro momentâneo" para os mesmos espaços onde a imagem indica esses usos atípicos.
não sabemos se alguém trará cadeiras para a rua, se alguém regará as plantas do jardim criado, ou se as crianças usarão o balanço da árvore, se algum garoto será atraído pelo skate, se alguém estará disposto à trocar algum produto por outro, se...

segunda-feira, 20 de julho de 2009

apologia da deriva: escritos situacionistas sobre a cidade/internacional situacionista.
Paola Berenstein Jacques (org.)
Estela dos Santos Abreu (trad.)

quarta-feira, 15 de julho de 2009


INTERVENÇÕES URBANAS EM PROCESSO

JARDIM DAS PALMEIRAS
"EM OBRAS"

sábado, 11 de julho de 2009

intervenções coletivas e urbanas

O início da terceira etapa do trabalho compreende o contato e resposta por parte de interessados no desenvolvimento de ações coletivas e reais nestas faixas definidas. Ações propostas, mas desenvolvidas junto à cidade, como desenrolar das leituras efetuadas. Intervenções coletivas e de caráter inicialmente efêmero, desenvolvidas na busca de uma leitura baseada na relação do usuário com o (seu) espaço, como um processo de medida desse lugar “questionado”. Tal medida corresponderá ao produto das leituras anteriores, as quais incluem as intervenções, a partir do momento em que elas são desenvolvidas e aplicadas a partir das considerações locais. Desta forma, o momento em que a cidade é pensada através destes meios de leitura e ação coletiva no espaço público já é considerado desenho de espaço e, logo, arquitetura.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

dias agitados

sábado nos dedicamos ao registro do eixo centro-bairro escolhido para receber as intervenções efêmeras.
estabelecemos contatos e já posso ver sinais de ações em algum ponto do bairro jardim das palmeiras. de primeiros contatos corpo/corpo/espaço e não só corpo/espaço.

(serei breve mais uma vez aqui)

registro feito e é a hora dos estudos de viabilidade e venda do propósito.
escalar adeptos e definir área precisa. quantos metros de lona, quantia de madeira, pregos, mudas, projetores, carrinho de pipoca, pipas...
nosso novo conhecido diz que ninguém está afim de assistir "palestrinha" e sair com um par de mudinhas para plantar na sua casa.

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segunda e terça
workshop com sylvia furegatti: arte no meio urbano
uma carga teórica associada ao exercício prático de leitura urbana e proposição de um projeto de intervenção. em nosso caso: acesso.
dois dias de revisão e abastecimento para a volta ao bairro.
intervenção urbana ou ou e arte pública ou ou e arte urbana?
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planejamento: quinta-feira pela manhã: retorno ao bairro.
apareça!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

para o lugar



bairro são jorge
"... Os muros são muito mais importantes que os telhados, por exemplo, pois van Eyck observou que, naquela comunidade, a noção de posse era mais importante que a do abrigo na relação com a casa. ...percebeu que as famílias tinham a necessidade de expandir a área contruída da casa sobre os quintais." (BARONE, 2002. Referente a um projeto para habitação em Lima, de Aldo van Eyck em 1969. )

em mais um encontro achamos que é hora de ir para esse lugar.
para essa linha que conecta o centro (terminal central) ao bairro morada nova (setor extremo sul)
colocar os pés nesse chão, que é um eixo amostra do espaço urbano uberlandense. um espaço animado por terra de alguns e por terra de todos ou de ninguém.

sábado_13h_saída: faued ufu. sem hora para voltar

segunda-feira, 29 de junho de 2009

CONVITE IIII

amanhã: 30.junho.2009_19h_em alguma sala do bloco I_ufusanta mônica

o objetivo desse 3º encontro é desenvolver uma "estratégia" para as ações que serão desenvolvidas no mês de julho, pelo grupo.
estaremos lá.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

prestação

dia 22.06. aconteceu mais um encontro com pessoas interessadas neste assunto.
foram apresentados "M2" e "banquetes". vídeos produzidos por um grupo da nossa capital.
entre reflexões e inspirações conhecemos dua linhas de conexão entre centro e a periferia de uberlândia para o desenvolvimento de breves ações na esfera da intervenção urbana como instrumento de leitura e medida.
apareceram possibilidades e tudo está sendo jogado na roda.
vamos ver onde vamos chegar com isso.
o próximo passo é voltar à esse chão e ver o que surge com o corpo nesses lugares. se eles podem vir a existir ou se eles já existem e nós, aqui (lá) dentro da universidade, é que não os sentimos.
mãos à obra, ou melhor, corpo à obra!

(finalizando: BARONE, Ana Cláudia Castilho. Team 10 - arquitetura como crítica)

quinta-feira, 4 de junho de 2009

para constar.

segunda-feira (01.junho) é iniciada a terceira etapa do trabalho.
os primeiros passos das intervenções propostas como estratégia de medida dos eixos são dados com um encontro na escola de arquitetura, reunindo 16 companheiros.
no próximo encontro será feita uma apresentação clara das áreas de interesse e possíveis ações. essa semana ainda.

hoje, relatei as atividades desenvolvidas até então durante a disciplina de seminário de leituras orientadas.
palavras-chave do bate-papo:
crisma, iab, crea, despachante, corpo e arquiteto.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

fim de semana

muitas vezes a foto precisa ser deixada pra lá.


entre uma andada e outra pela cidade acabei ficando só de segunda à sexta.
falo das andadas agendadas... desconsiderando as do dia-a-dia.
enfim.
esse fim de semana fui passear. tive que me "armar" com um carro. e fui. porque eu queria chegar em alguns lugares.
refiz alguns caminhos e cheguei em mais lugares em menos tempo.
e quanto mais eu me afasto do centro, mais eu entro em um grande canteiro de obras. que muitas vezes não tem fim de semana com "sombra" e água fresca. (inclusive sombra seria querer demais em certos lugares).
uma perifera em obras. caminhões de mudança, cadeiras na rua ultrapassando o muro e muita bola. talvez este seja mesmo o país do futebol.
aqueles pontos de centralidade de comérico dos dias de semana perde a força a partir de sábado até domingo. esse lugar atraente divide espaço com outra porção de pequenos pontos de atração gelada ao longo do território do bairro, perto de casa. é isso. bares cheios e música popular para todo mundo ouvir.

nas ruas de terra é preciso de prática para não sujar o salto da menina que passa com um vestido de cetim.

a experiência do corpo na cidade.
o corpo em uma cidade a partir do ônibus.
o corpo em uma cidade a partir do carro.
o corpo em uma cidade a partir da moto.
o corpo em uma cidade a partir da bicicleta.
o corpo em uma cidade a partir das pernas.

o ônibus oferece um tempo de reflexão e bate-papo. um tempo onde você pode ver que seus problemas não são os piores do mundo. uma cidade que existe, naquele momento, alí dentro.
o carro nos torna muito mais fortes e se pudermos fechar os vidros e ligar o som é melhor ainda. e a cidade passa a ser esse interior, muito bem conectado com o resto do mundo que interessa.
com a moto, diz o motociclista, que somos muito mais valentes. e a cidade é ainda menor; dentro do capacete.
ou seja, essas coisas com motor, quanto menores, oferecem maiores chances de penetrar na cidade e menores são as cidades que passam a existir nesses percursos.
agora, a bicicleta é a mistura das rodas com o corpo. uma prova de fôlego. onde o ciclista é o alvo desses motores todos. um meio de tempo próprio e raios limitados. mas junto à escala cotidiana do lugar da vida.
contudo, com o tempo em que o corpo fica em trânsito nesta cidade, percorrendo esses raios e anéis, fica desconhecida a experiência de um cotidiano que tenha parte no espaço público. não que ele não exista. ele existe e é o que pode ser sentido nos finais de semana principalmente nos bairros periféricos. nesta escala do corpo, um muro com frisos já é tido como referência e para quem se diverte e "tricota" na calçada o mercadinho já é um mercado.
nessa escala do corpo, limitada em alguns quarteirões (pelas extensões de ocupação homogênea ou por ser divisa com o cerrado), parece que o existente termina logo alí no boteco ou no salão de beleza.

terça-feira, 26 de maio de 2009

no ônibus "shopping park - terminal central" hoje e fui atraído pelo bate-papo de duas meninas com gloss e uniforme da escola. uma com uns 13 anos e outra com uns 8.

uma - blá blá blá e o povo fica reclamando. fica bravo que o ônibus demora pra passar...
outra - ÔOoou! cê mora num bairro póoobre!
uma - mas cê viu as casinhas que estão fazendo? que tanto? quero só ver com o tanto que demora esse ônibus vai vim lotááado!
outra - cê viu! parece casinha de bonééeca!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

bem...

primeiro conheci o livro "espaços colaterais". depois resolvi chegar aqui e conhecer de perto esses trabalhos e as respectivas pessoas envolvidas com essas leituras e práticas sobre a cidade contemporânea. 
ontem, por exemplo, comecei em um escritório de arquitetura, passei por uma faculdade e terminei o dia em uma mesa de uma pastelaria; na calçada. com diversas figuras. um papo que passa por esferas e é modelado. que eu vou comentar aqui com mais tempo.
isto só como registro.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

na capital.


ontem participamos do projeto "pra passear", que é organizado por um pessoal que sentiu vontade de ocupar espaços públicos subutilizados. formou-se uma roda embaixo das árvores onde alguns jogaram, trocaram comidas e bebidas em uma praça do bairro floresta (não sei o nome).
a intenção é propor isso uma vez ao mês em qualquer espaço público com potencial de servir mais.
ontem foi inserida apenas uma utilização temporária em um lugar já bem "cruzado"por pedestres. hoje pode ser que outras pessoas estejam fazendo isso lá. ou não. 

quarta-feira, 13 de maio de 2009

a bicicleta e eu

pego a bicicleta e me mando.
horas pelas ruas até o limite.
é uma aventura, para mim que exerço isso como um evento fora da rotina. mas quero partir de onde moro até o centro. ultrapassar esses anéis. o primeiro já é limitado pela avenida rondon pacheco onde preciso "carregar a companheira" nas costas para transpor e encarar a subida do bairro lídice e fundinho. aqui eu já passei por loteamentos do setor sul e patrimônio. A relação da bicicleta já de início passa para o "empurrar a bicicleta morro acima". um espaço urbano que se transforma rapidamente, propondo táticas de lida com o lugar, hora com descidas frescas e hora com subidas quentes. enfim. já no centro (outro anel, ou a mistura de todos eles), resolvo encarar (com o termo "detonar", utilizado por gláucio aqui, na cabeça) esse "tumulto". ou eu dou lugar o tempo todo aos outros maiores e não saio do lugar ou eu me faço presente. opto pela segunda e me sinto um estrangeiro na própria cidade. o tempo da bicicleta alí naquele contexto me faz achar graça. nunca tinha sentido falta disso. um tempo contemplador. porque vivemos com as determinações de que o centro é isso, é o caos, é a ilegalidade, o comércio informal, os bancos, essa mistura toda. tive espaço sim. correndo riscos mas tive. um passeio pela avenida afonso pena às 12 horas.
encontro no mercado municipal a possibilidade de almoçar com minha companheira bicicleta sem cadeado ao lado.
sigo através do bairro martins (ultrapassando para outro anel) novamente. uma leve subida. e encontro um bairro até bem animado por uma experiência de escala interessante, dada por suas características históricas de ocupação com uma mistura de uso. chego no topo e começo a descer até o limite: a rodovia e os pés do bairro roosevelt. sinto uma vida que acontece muito além daquilo que frequenta minha memória. lugares em que a janela cumpre seu papel no limite com a calçada.
para transpor esse anel, vou buscar um carro e volto.
Retorno ao centro, sigo sentido canal joão naves e dalí chego ao campus santa mônica. pego uma carona de volta ao bairro martins onde eu e vir vamos conferir um objeto curioso. um "predinho" que junto com seu entorno configura um contexto percebido apenas ao pedestre e ao ciclista (imagens deste lugar no último vídeo da postagem anterior).
do centro meu destino é minha casa. não poderia ser outro. busco o canal francisco galassi, que é uma avenida conhecida e inserida no bairro patrimônio, um dos locais de origem da configuração urbana uberlandense. o hábito de transitar dentro do carro por este lugar foi bom. bom porque, pela primeira vez em mais de quatro anos, passo a pé por esta avenida, empurrando a bicicleta, e tenho o contato de uma única vez com a grande desocupação dos imóveis e cômodos (muitos ainda de tijolo de barro) deste lugar. um lugar que vai se descaracterizando pelo tempo. e não deve ser por vontade dos próprios moradores. penso que é como uma pressão não muito consciente de que alí é a "zona" sul. chego em casa pensativo e cansado.

vou escrever somente mais um pouco sobre esse fato de viver em um espaço onde não coloco meus pés no chão. é incrível.
quantos lugares que eu acho que conheço, mas que eu nunca pisei.
nenhuma experiência pode ser comparada com a experiência do corpo. a mente não consegue estabelecer uma relação imaginária do que é ocupar certos lugares, baseado em qualquer conhecimento teórico que for. é furada.
as largas avenidas de conexão aqui desta cidade nada tem a ver com liberdade de trânsito e de possibilidade de ocupação e trocas espacias e muito menos sociais. vivemos uma uberlândia segregada por limites socias. embora os limites espaciais devam ser considerados pelo custo que significa transpor anéis. me senti muito feliz em ver que a bicicleta nos oferece uma liberdade que está entre o "poderoso" motoqueiro (que gasta gasolina) e o livre pedestre (com limite de percurso). uma novidade.
percebo que existe uma cidade para cada. poucas possibilidade de se tornar coletivo. uma cidade que é dada pelas possibilidade de transposição particular de cada pessoa. e pronto. quando essa possibilidade permite grandes transposições, elas estão vinculadas aos interesses e os espaço que existem entre os pontos de interesse são apenas os que estão dentro do carro, dentro do capacete, dentro do ônibus... uma inexistente densidade (graças a intensa especulação imobiliária tradicional em nossa cidade) que não faz diferença para o cotidiano enquanto o uso do espaço estiver limitado pela escala da moradia e das quatro pistas.


bairro fundinho

martins_rodovia_roosevelt

terça-feira, 12 de maio de 2009

a pé

as vozes da prepotência até me disseram qualquer coisa do tipo: ah! você já anda tanto a pé. ainda vai querer andar para ver algo que você já vê e sente todo dia? não perca tempo! vá para a "prancheta"¹!
mas resisti.
desembarquei de uma carona na praça tubal vilela e fui atraído pelo bairro martins. nada além da região central, mas só pela ausência de um horário marcado ou um destino previsto a cidade se apresenta de outra maneira.
o alcance limitado das pernas é compensado pelo prazer das trocas firmadas no espaço percorrido e muito mais atraente por se tratar aqui apenas da vontade de encarar.



center sul_bairro martins_setor central

bairro martins --> centro

bairro martins --> centro

1. prancheta: espécie de mesa utilizada por antigos arquitetos para desenvolver desenhos e projetos.

o bar.

parada morada nova.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

volta com quatro rodas


"praça" - morada nova


entre lá e cá

"base"


"base"

mercearia, bar e salas vazias e em obras
voltamos de carro à morada nova. antes fomos de ônibus.
agora pareceu ser tudo mais palpável e natural... mas não menos distante.
uma experiência de um lugar cheio de valores e referências próprios.
ainda longe e desconexo.
laís, henrique e eu.

terça-feira, 5 de maio de 2009

sobre duas rodas, com motor

é a vez da moto. e mais outra cidade. denovo. outra troca.
amigo gláucio e eu muito mais valentes.

percurso: centro - ufu santa mônica --> são jorge_setor sul





percurso: jardim célia _ setor oeste



percurso: loteamentos fechados _ palmeiras_setor oeste



percurso: bairro planalto --> dona zulmira - rio uberabinha - investigação objetos atraentes_setor oeste



antigo matadouro_foto: gláucio

















antigo matadouro_foto: gláucio















e depois da andança:

Glaucio diz:
qdo chego aqui em casa fico meio tonto todo dia
aí tenho q esperar um pouco antes de fazer as coisas
Ariel Luis diz:
tonto pq?
o transito?:
Glaucio diz:
sei lá...
é mto estranho vc andar de moto
qdo eu ando a pé eu ando "namorando" o espaço
qdo ando de moto, é como se vc quisesse vencê-lo, dominá-lo
só q qdo vc "vence" um metro, vem outro metro, outro, outro
e qto mais vc vence, mais quer vencer mais rápido o próximo
Ariel Luis diz:
então.. me senti assim hj, meio que um "poderoso"
achei que fosse só eu..
mas achei o máximo a gente chegando "em quase" todo lugar
Glaucio diz:
kkkkkkkkkkkk
então...se vc tiver dirigindo vc vai ver o quanto essa sensação é forte. Não sinto como uma sensação boa
mas é uma sensação obrigatória
meio que de sobrevivência
Ariel Luis diz:
é forte mesmo
uma arma e tanto
Glaucio diz:
mas sabe...não dá pra andar devagar
senão a cidade te fagocita
tipo...já tentou andar de bike no centro?
vc é cuspido ou engolido
Ariel Luis diz:
rsrsrsr
é isso. nunca pensei em atingir algo muito além sobre uma bicicleta
Glaucio diz:
aí vc tem q lutar contra isso
Ariel Luis diz:
quero tentar
Glaucio diz:
não recomendo
vai com cuidado
os carros e motos vão te detonar

sobre quatro rodas

comecei a semana - no universo desse trabalho - sobre quatro rodas e uma câmera na mão (vulgo celular) querendo repetir caminhos feitos antes com o ônibus e aproveitando a mobilidade desta outra máquina para vasculhar mais. e perceber mais (?). Enfim. A vontade era chegar no extremo do setor oeste e não consegui. As condições dadas pelo pôr-do-sol associadas à vontade de parar no meio do caminho e me aproximar de uma área atraente entre córrego, rodovia e bairro me fizeram retornar.

a cidade é outra a partir do carro.

eu sou outro quando estou no carro.

é essa associação que muda. o papel de agente, criador de percursos e atento à saída.


centro -->

martins --> br 050 --> dona zulmira

entre o parque e o campinho de terra. e o objeto onde eu não cheguei.



de volta

quinta-feira, 30 de abril de 2009

após dias de ônibus

para desenvolver esta etapa do trabalho em que busco inserir no trabalho o processo sensível de leitura urbana, busco os diferentes meios de locomoção como ferramenta principal e indicativa.

nesta primeira parte desta etapa passei alguns dias percorrendo e olhando a cidade a partir do ônibus. nada além do possível e permitido. estive disposto em receber o que esse lugar móvel e cheio de vida pudesse me oferecer.
em alguns momentos a atenção foi maior dentro do veículo. percebi que tem horas em que parece estar tudo acontecendo nos ônibus que você está pegando.
em outros momentos a cidade te chama. ou te espanta. te deixa esperto ou com sono.
é claro que não vou dizer que saí tranquilo. deixei muita coisa em casa sim. levei o necessário e uma câmera do próprio telefone e pouco dinheiro.
passando os dias e traçando as linhas percorridas em um mesmo mapa, os anéis que configuram nossa cidade são melhor definidos. raios que podem ser muitos, apenas com ângulos diferentes.

os extremos

não tem como não saber para onde vai. a plataforma já indica o setor. mesmo assim o dia de ontem...
(eu e henrique)

14:20horas
terminal central - pacaembu. ponto final, terminal industrial.
as viagens começam a ser cheias de esperança. esperança de sair do tumulto central, de entrar em uma zona de trânsito e, como essa, ultrapassar a rodovia e do outro lado a configuração do "conjunto" (os moradores do local identificam um conjunto no conjunto. apropriação), a porosidade e deste lado o contato com as indústrias.



terminal industrial - central.

central - terminal planalto (setor oeste)
terminal planalto + + ou - 40min. = bairro morada nova (setor oeste)
a extensão desse lugar vai além de qualquer expectativa criada e a única pergunta é: como pode? e as pessoas trabalham na "cidade". e as pessoas fazem esse percurso diariamente.
o sentimento de domínio da cidade cultivado na mente do aspirante arquiteto se dissolve por aquelas ruas... não sei. simplesmente não sei como é o habitar nesse lugar, com certeza favorecido pela terra e a sombra das árvores. parece que nesse lugar a referência é outra. o necessário é outro. preciso voltar e sentir mais.
se traçar esse raio, penso que será uma linha longa, monótona, com muito verde, que chega no centro de bairro (outro bairro, primeira referência) e daí vai pra o centro. já cansado.

morada nova - terminal planalto - terminal santa luzia - ufu santa mônica.
18:10 horas.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

quando achar necessário, gire novamente

não sei se os dias consecutivos, mas hoje os ônibus começaram a causar sono.

cada dia me permite percorrer três pontos opostos da cidade. partir do centro, passar em um miolo, vencer anéis, me deparar com o cerrado e ter a impressão de ser maior (estando no ônibus que percorre o interior de conjuntos) do que as moradas desse último lugar.

do pulsante centro da cidade, a praça Tubal, parto para o terminal central. Jogo rápido. Hoje estive acompanhado por uma prima curiosa. O primeiro destino é o Bairro Luizote de Freitas, setor oeste. Como todos dizem: O Luizote é outra cidade! Pode ser visto assim por ser bem servido e tudo mais... Mas a linha das outras linhas se difere apenas pela extensão, pois os aspectos urbanos se repetem e chegamos no ponto final.



Este nem espera no ponto final.

curiosidades:



De volta ao terminal central vamos para o terminal Umuarama e de lá para o Bairro Aclimação, setor norte. Aqui sim é possível uma retrospectiva por quase todas as experiências a partir deste meio de transporte. Vias de comércio e serviços, rodovia, ferrovia, aeroporto, cerrado, condomínio, indústria, estrada de terra, muro, clube, muita igreja, calçada, gente, cavalo, alargamentos, estreitamentos, amplidão, sono...



Terminal Umuarama/Central para Bairro Canaã. A curiosidade das escalas extremas e das pessoas cansadas. Conheci as tão faladas "ruas fechadas". Isso, ruas em que os moradores decidiram colocar portões, criando conjuntos. Tente transpor esse quarteirão.


Em todos os retornos um centro atraente.

Em todos os miolos, gente passando.

Em todos pontos finais, falta de gente.

Em todos lugares, a força do produto.



Para os que trabalham longe. Dormitório

Para os que passam o dia alí. Vão levando.



impressões. imagens que vão sendo criadas.

boa noite.

sábado, 25 de abril de 2009

gire seu monitor 90º.

Neste segundo dia resolvi pegar o ônibus nas proximidades de minha casa e buscar o centro. O primeiro que passa é sentido Terminal Santa Luzia, setor sul. Um caminho curto entre cá e lá. Mas assim:


Já no terminal o primeiro ônibus segue sentido Parque das Paineiras, dentro do Bairro Laranjeiras, ainda no setor sul. Uma viagem que poderia ser esperada, por certo contato com o local em outras oportunidades, se não fosse a escala do ônibus entre aquelas ruas e o oferecimento da contemplação do cerrado.

Retorno ao Terminal Santa Luzia e embarco rumo ao Terminal Central através do "canal" João Naves. De estação em estação (por eu não estar na linha expressa) chegamos entre aqueles prédios que antes eram lá longe.

Estou no centro, que ontem foi o ponto de partida. Embarco para o Terminal Umuarama, no setor leste. Esta conexão com o miolo entre centro e periferia é embalada pelo resistente "tumulto" comercial e suas consequências, através de extensas linhas emplacadas.

Neste novo centro de distribuição de fluxo o destino é o Cruzeiro do Sul, Bairro Nossa Senhora das Graças, setor norte. Entre apertos e alargamentos, um caminho cheio de experiências pela janela.

Neste ponto final as regras são outras. Para voltar eu deveria pagar denovo, pois ao cobrador diz não gostar que fique dentro do ônibus. Mas ele cede, somente desta vez! Eu pude sentar e esperar ali, sem sair.

A volta permite o registro dessa transformação do espaço na interiorização fragmentada até o centro. Passo pelo Terminal Umuarama e vou ao Central por um novo caminho. Um reforço à leitura deste eixo.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

a partir do ônibus

Hoje comecei efetivamente minhas saídas pela cidade em busca de algo que ainda não sei o que é. Estabelecer um contato com o espaço de trabalho desse tfg e dedicar olhares “despreconceituosos” ao meu redor. Como dito, não sei se aqui, mas dito, pensado e riscado, o idéia é trocar com o espaço a partir de todos os meios possíveis de locomoção (pé, moto, bici, carro e ônibus). Viver esse miolo, até o fim da linha, de onde alguém parte rumo ao pulsante e atraente centro, e vai entrando, entrando... Percorrer esses caminhos e ver o que apreendo, ver o que essa composição urbana me indica, me toca, sugere, desenha...
Tomo o primeiro ônibus que sai do terminal central, e parece que é sentido “Jardim das Palmeiras”, setor oeste. Aos poucos a máquina vai saindo do turbulento centro e adentrando o silêncio gradativo. A viagem parece vencer anéis a cada instante, onde em cada um cabem certos aspectos, dentro de uma continuidade na presença de duas escalas opostas e descompassadas... É correspondida no físico desses lugares, ou desse lugar que se transforma até atingir esse vídeo que anexo abaixo, como ponto final dessa linha.







Curiosidades
- uma mulher portadora de necessidade especial (super bem humorada) fica no meio do caminho sobre o elevador do ônibus. Trocamos de ônibus.



Retorno ao terminal central e embarco em outro. Destino: Morumbi
A contínua transformação é ritmada com os extensos vazios urbanos (onde o cerrado participa). O chão perde o asfalto e lá no interior dessa densidade no setor leste, o cotidiano é animado entre uma compra e outra. Um extenso conjunto que cria um ambiente forte e carente.


Imagem do ponto final desta linha.



Curiosidades
- outra senhora, com seu filho, diz só sair amarrada do ônibus, caso o cobrador não compreenda que ela está sem dinheiro e sua carteirinha não está pronta e precisa levar o filho para o tratamento na uai de outro bairro.

Outra vez no terminal, e desta vez está partindo o ônibus para o Bairro Tocantins, no setor oeste. Lá vamos nós. Gente voltando para a casa em um canal centro x periferia. A história se repete. O silêncio é quebrado por conversas e gente na rua. A sinuosidade instiga e agrada. A rua chega na plantação. Na volta, um objeto me chama a atenção e não consigo registrar. Preciso retornar logo.
Imagens desse lugar.

a rua sinuosa



Curiosidades
Na volta para casa, uma tarde após a primeira partida, o ônibus quebrou. Trocamos de ônibus.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

primeiro ponto de partida

"As imagens ambientais são o resultado de um processo bilateral entre o observador e seu ambiente. Este último sugere especificidades e relações, e o observador – com grande capacidade de adaptação e à luz de seus próprios objetivos – seleciona, organiza e confere significado àquilo que vê. A imagem assim desenvolvida limita e enfatiza o que é visto, enquanto a imagem em si é testada, num processo constante de interação, contra a informação perceptiva filtrada. Desse modo, a imagem de uma determinada realidade pode variar significativamente entre observadores diferentes." (de, A Imagem da Cidade, Kevin Lynch, pág 07)

[terminal central]

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Investigação na cidade e do processo sensível do pré-projeto final de graduação como parte do trabalho.

imagem: Google Earth (20.abr.2009)

Esta etapa do trabalho se refere à uma série de leituras da cidade a partir de experiências urbanas dadas pelos meios de transporte, pelas características físicas, ambientais, sociais e culturais, pela identificação de eixos de acesso ao centro e pelo reconhecimento dos anéis formadores do espaço urbano.


Até o fim deste mês estarei por aí. Nem sei certo onde e como. Não quero pensar demais. A cidade que me mostre...



[leituras indicadas: Team 10: In Search of a Utopia of the Present _ Team 10 arquitetura como crítica _ Espaços Colaterais _ Arte/Cidade. Cidade sem janelas/A cidade e seus fluxos/A cidade e suas histórias]

domingo, 19 de abril de 2009

retomando

Lançar olhares para Uberlândia, reconhecer o espaço e exercitar a função social do arquiteto.
Entre as principais tarefas desta pesquisa está a investigação do espaço construído e sua relação com o usuário enquanto criador de referências cotidianas de escala, sociedade, natureza e cultura. Encontrar, entre os muitos anéis e raios formadores da cidade, um lugar para que a arquitetura exerça seu papel de agente social.
Pensar meu principal laboratório durante a formação de arquiteto e urbanista associado às expectativas e possibilidades locais. Dialogar o espaço cotidiano e íntimo do indivíduo com sua exteriorização durante a manifestação pública e construção coletiva. Desenvolver uma experiência arquitetônica ao uberlandense impulsionada pelo potencial social, cultural, espacial, ambiental e tecnológico deste lugar.

ficha técnica
autor: ariel luis lazzarin
professor orientador: dra. maria beatriz camargo cappello
curso de arquitetura e urbanismo
faculdade de arquitetura, urbanismo e design
universidade federal de uberlândia



Adriele disse...
Tudo isso com um "q" enorme de sensibilidade...
3 de Março de 2009 11:56
henrique vitorino disse...
boa idéia... um blog para acompanhar o tfg? um blog além do tfg também...o interessante disso tudo, será acompanhar sua visão de 'estrangeiro'... que tem a vantagem de ler as obviedades que escapam a nós, os vernaculares... have a good trip, ariel!
3 de Março de 2009 14:22
RAUL disse...
Ouso afirmar que a vida dos homens, seus anseios, seus medos, seus desejos, suas perdas, seus amores...Podem serem traduzidos em traços que ganham forma e, se consolidam em um edífcio,em uma casa, em uma cidade. Traços que deixam registrados sentimentos e que marcam a memória coletiva.
3 de Março de 2009 18:44

retorno

com problemas técnicos e sem solução, eu retorno ao meio deixando o singular desse blog para trás.
vou registrar em que ponto estou e reestabelecer contato.