segunda-feira, 1 de junho de 2009

fim de semana

muitas vezes a foto precisa ser deixada pra lá.


entre uma andada e outra pela cidade acabei ficando só de segunda à sexta.
falo das andadas agendadas... desconsiderando as do dia-a-dia.
enfim.
esse fim de semana fui passear. tive que me "armar" com um carro. e fui. porque eu queria chegar em alguns lugares.
refiz alguns caminhos e cheguei em mais lugares em menos tempo.
e quanto mais eu me afasto do centro, mais eu entro em um grande canteiro de obras. que muitas vezes não tem fim de semana com "sombra" e água fresca. (inclusive sombra seria querer demais em certos lugares).
uma perifera em obras. caminhões de mudança, cadeiras na rua ultrapassando o muro e muita bola. talvez este seja mesmo o país do futebol.
aqueles pontos de centralidade de comérico dos dias de semana perde a força a partir de sábado até domingo. esse lugar atraente divide espaço com outra porção de pequenos pontos de atração gelada ao longo do território do bairro, perto de casa. é isso. bares cheios e música popular para todo mundo ouvir.

nas ruas de terra é preciso de prática para não sujar o salto da menina que passa com um vestido de cetim.

a experiência do corpo na cidade.
o corpo em uma cidade a partir do ônibus.
o corpo em uma cidade a partir do carro.
o corpo em uma cidade a partir da moto.
o corpo em uma cidade a partir da bicicleta.
o corpo em uma cidade a partir das pernas.

o ônibus oferece um tempo de reflexão e bate-papo. um tempo onde você pode ver que seus problemas não são os piores do mundo. uma cidade que existe, naquele momento, alí dentro.
o carro nos torna muito mais fortes e se pudermos fechar os vidros e ligar o som é melhor ainda. e a cidade passa a ser esse interior, muito bem conectado com o resto do mundo que interessa.
com a moto, diz o motociclista, que somos muito mais valentes. e a cidade é ainda menor; dentro do capacete.
ou seja, essas coisas com motor, quanto menores, oferecem maiores chances de penetrar na cidade e menores são as cidades que passam a existir nesses percursos.
agora, a bicicleta é a mistura das rodas com o corpo. uma prova de fôlego. onde o ciclista é o alvo desses motores todos. um meio de tempo próprio e raios limitados. mas junto à escala cotidiana do lugar da vida.
contudo, com o tempo em que o corpo fica em trânsito nesta cidade, percorrendo esses raios e anéis, fica desconhecida a experiência de um cotidiano que tenha parte no espaço público. não que ele não exista. ele existe e é o que pode ser sentido nos finais de semana principalmente nos bairros periféricos. nesta escala do corpo, um muro com frisos já é tido como referência e para quem se diverte e "tricota" na calçada o mercadinho já é um mercado.
nessa escala do corpo, limitada em alguns quarteirões (pelas extensões de ocupação homogênea ou por ser divisa com o cerrado), parece que o existente termina logo alí no boteco ou no salão de beleza.

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