terça-feira, 26 de maio de 2009

no ônibus "shopping park - terminal central" hoje e fui atraído pelo bate-papo de duas meninas com gloss e uniforme da escola. uma com uns 13 anos e outra com uns 8.

uma - blá blá blá e o povo fica reclamando. fica bravo que o ônibus demora pra passar...
outra - ÔOoou! cê mora num bairro póoobre!
uma - mas cê viu as casinhas que estão fazendo? que tanto? quero só ver com o tanto que demora esse ônibus vai vim lotááado!
outra - cê viu! parece casinha de bonééeca!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

bem...

primeiro conheci o livro "espaços colaterais". depois resolvi chegar aqui e conhecer de perto esses trabalhos e as respectivas pessoas envolvidas com essas leituras e práticas sobre a cidade contemporânea. 
ontem, por exemplo, comecei em um escritório de arquitetura, passei por uma faculdade e terminei o dia em uma mesa de uma pastelaria; na calçada. com diversas figuras. um papo que passa por esferas e é modelado. que eu vou comentar aqui com mais tempo.
isto só como registro.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

na capital.


ontem participamos do projeto "pra passear", que é organizado por um pessoal que sentiu vontade de ocupar espaços públicos subutilizados. formou-se uma roda embaixo das árvores onde alguns jogaram, trocaram comidas e bebidas em uma praça do bairro floresta (não sei o nome).
a intenção é propor isso uma vez ao mês em qualquer espaço público com potencial de servir mais.
ontem foi inserida apenas uma utilização temporária em um lugar já bem "cruzado"por pedestres. hoje pode ser que outras pessoas estejam fazendo isso lá. ou não. 

quarta-feira, 13 de maio de 2009

a bicicleta e eu

pego a bicicleta e me mando.
horas pelas ruas até o limite.
é uma aventura, para mim que exerço isso como um evento fora da rotina. mas quero partir de onde moro até o centro. ultrapassar esses anéis. o primeiro já é limitado pela avenida rondon pacheco onde preciso "carregar a companheira" nas costas para transpor e encarar a subida do bairro lídice e fundinho. aqui eu já passei por loteamentos do setor sul e patrimônio. A relação da bicicleta já de início passa para o "empurrar a bicicleta morro acima". um espaço urbano que se transforma rapidamente, propondo táticas de lida com o lugar, hora com descidas frescas e hora com subidas quentes. enfim. já no centro (outro anel, ou a mistura de todos eles), resolvo encarar (com o termo "detonar", utilizado por gláucio aqui, na cabeça) esse "tumulto". ou eu dou lugar o tempo todo aos outros maiores e não saio do lugar ou eu me faço presente. opto pela segunda e me sinto um estrangeiro na própria cidade. o tempo da bicicleta alí naquele contexto me faz achar graça. nunca tinha sentido falta disso. um tempo contemplador. porque vivemos com as determinações de que o centro é isso, é o caos, é a ilegalidade, o comércio informal, os bancos, essa mistura toda. tive espaço sim. correndo riscos mas tive. um passeio pela avenida afonso pena às 12 horas.
encontro no mercado municipal a possibilidade de almoçar com minha companheira bicicleta sem cadeado ao lado.
sigo através do bairro martins (ultrapassando para outro anel) novamente. uma leve subida. e encontro um bairro até bem animado por uma experiência de escala interessante, dada por suas características históricas de ocupação com uma mistura de uso. chego no topo e começo a descer até o limite: a rodovia e os pés do bairro roosevelt. sinto uma vida que acontece muito além daquilo que frequenta minha memória. lugares em que a janela cumpre seu papel no limite com a calçada.
para transpor esse anel, vou buscar um carro e volto.
Retorno ao centro, sigo sentido canal joão naves e dalí chego ao campus santa mônica. pego uma carona de volta ao bairro martins onde eu e vir vamos conferir um objeto curioso. um "predinho" que junto com seu entorno configura um contexto percebido apenas ao pedestre e ao ciclista (imagens deste lugar no último vídeo da postagem anterior).
do centro meu destino é minha casa. não poderia ser outro. busco o canal francisco galassi, que é uma avenida conhecida e inserida no bairro patrimônio, um dos locais de origem da configuração urbana uberlandense. o hábito de transitar dentro do carro por este lugar foi bom. bom porque, pela primeira vez em mais de quatro anos, passo a pé por esta avenida, empurrando a bicicleta, e tenho o contato de uma única vez com a grande desocupação dos imóveis e cômodos (muitos ainda de tijolo de barro) deste lugar. um lugar que vai se descaracterizando pelo tempo. e não deve ser por vontade dos próprios moradores. penso que é como uma pressão não muito consciente de que alí é a "zona" sul. chego em casa pensativo e cansado.

vou escrever somente mais um pouco sobre esse fato de viver em um espaço onde não coloco meus pés no chão. é incrível.
quantos lugares que eu acho que conheço, mas que eu nunca pisei.
nenhuma experiência pode ser comparada com a experiência do corpo. a mente não consegue estabelecer uma relação imaginária do que é ocupar certos lugares, baseado em qualquer conhecimento teórico que for. é furada.
as largas avenidas de conexão aqui desta cidade nada tem a ver com liberdade de trânsito e de possibilidade de ocupação e trocas espacias e muito menos sociais. vivemos uma uberlândia segregada por limites socias. embora os limites espaciais devam ser considerados pelo custo que significa transpor anéis. me senti muito feliz em ver que a bicicleta nos oferece uma liberdade que está entre o "poderoso" motoqueiro (que gasta gasolina) e o livre pedestre (com limite de percurso). uma novidade.
percebo que existe uma cidade para cada. poucas possibilidade de se tornar coletivo. uma cidade que é dada pelas possibilidade de transposição particular de cada pessoa. e pronto. quando essa possibilidade permite grandes transposições, elas estão vinculadas aos interesses e os espaço que existem entre os pontos de interesse são apenas os que estão dentro do carro, dentro do capacete, dentro do ônibus... uma inexistente densidade (graças a intensa especulação imobiliária tradicional em nossa cidade) que não faz diferença para o cotidiano enquanto o uso do espaço estiver limitado pela escala da moradia e das quatro pistas.


bairro fundinho

martins_rodovia_roosevelt

terça-feira, 12 de maio de 2009

a pé

as vozes da prepotência até me disseram qualquer coisa do tipo: ah! você já anda tanto a pé. ainda vai querer andar para ver algo que você já vê e sente todo dia? não perca tempo! vá para a "prancheta"¹!
mas resisti.
desembarquei de uma carona na praça tubal vilela e fui atraído pelo bairro martins. nada além da região central, mas só pela ausência de um horário marcado ou um destino previsto a cidade se apresenta de outra maneira.
o alcance limitado das pernas é compensado pelo prazer das trocas firmadas no espaço percorrido e muito mais atraente por se tratar aqui apenas da vontade de encarar.



center sul_bairro martins_setor central

bairro martins --> centro

bairro martins --> centro

1. prancheta: espécie de mesa utilizada por antigos arquitetos para desenvolver desenhos e projetos.

o bar.

parada morada nova.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

volta com quatro rodas


"praça" - morada nova


entre lá e cá

"base"


"base"

mercearia, bar e salas vazias e em obras
voltamos de carro à morada nova. antes fomos de ônibus.
agora pareceu ser tudo mais palpável e natural... mas não menos distante.
uma experiência de um lugar cheio de valores e referências próprios.
ainda longe e desconexo.
laís, henrique e eu.

terça-feira, 5 de maio de 2009

sobre duas rodas, com motor

é a vez da moto. e mais outra cidade. denovo. outra troca.
amigo gláucio e eu muito mais valentes.

percurso: centro - ufu santa mônica --> são jorge_setor sul





percurso: jardim célia _ setor oeste



percurso: loteamentos fechados _ palmeiras_setor oeste



percurso: bairro planalto --> dona zulmira - rio uberabinha - investigação objetos atraentes_setor oeste



antigo matadouro_foto: gláucio

















antigo matadouro_foto: gláucio















e depois da andança:

Glaucio diz:
qdo chego aqui em casa fico meio tonto todo dia
aí tenho q esperar um pouco antes de fazer as coisas
Ariel Luis diz:
tonto pq?
o transito?:
Glaucio diz:
sei lá...
é mto estranho vc andar de moto
qdo eu ando a pé eu ando "namorando" o espaço
qdo ando de moto, é como se vc quisesse vencê-lo, dominá-lo
só q qdo vc "vence" um metro, vem outro metro, outro, outro
e qto mais vc vence, mais quer vencer mais rápido o próximo
Ariel Luis diz:
então.. me senti assim hj, meio que um "poderoso"
achei que fosse só eu..
mas achei o máximo a gente chegando "em quase" todo lugar
Glaucio diz:
kkkkkkkkkkkk
então...se vc tiver dirigindo vc vai ver o quanto essa sensação é forte. Não sinto como uma sensação boa
mas é uma sensação obrigatória
meio que de sobrevivência
Ariel Luis diz:
é forte mesmo
uma arma e tanto
Glaucio diz:
mas sabe...não dá pra andar devagar
senão a cidade te fagocita
tipo...já tentou andar de bike no centro?
vc é cuspido ou engolido
Ariel Luis diz:
rsrsrsr
é isso. nunca pensei em atingir algo muito além sobre uma bicicleta
Glaucio diz:
aí vc tem q lutar contra isso
Ariel Luis diz:
quero tentar
Glaucio diz:
não recomendo
vai com cuidado
os carros e motos vão te detonar

sobre quatro rodas

comecei a semana - no universo desse trabalho - sobre quatro rodas e uma câmera na mão (vulgo celular) querendo repetir caminhos feitos antes com o ônibus e aproveitando a mobilidade desta outra máquina para vasculhar mais. e perceber mais (?). Enfim. A vontade era chegar no extremo do setor oeste e não consegui. As condições dadas pelo pôr-do-sol associadas à vontade de parar no meio do caminho e me aproximar de uma área atraente entre córrego, rodovia e bairro me fizeram retornar.

a cidade é outra a partir do carro.

eu sou outro quando estou no carro.

é essa associação que muda. o papel de agente, criador de percursos e atento à saída.


centro -->

martins --> br 050 --> dona zulmira

entre o parque e o campinho de terra. e o objeto onde eu não cheguei.



de volta